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18/05/09

O Tetra em pequenas histórias: Um professor no Dragão

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    Ainda Jesualdo Ferreira treinava o Braga e já Pinto da Costa dava entrevistas a dizer que éra o número um a treinar a liga portuguesa. Não admira portanto que o Presidente do FC Porto tenha escolhido o professor quando a oportunidade surgiu.

    E foi tudo um pouco por acaso. Co Adriaanse acabava de abandonar o único projeto que tinha feito dele campeão e, contra tudo e contra todos, Pinto da Costa contratou mais um treinador lampião. Desta vez ao Boavista. Depois de Artur Jorge (três campeonatos e uma taça dos Campeões) e José Mourinho (dois campeonatos, uma taça de Oeiras, uma supertaça de Portugal, uma taça Uefa e uma Liga dos Campeões) seria a vez de Jesualdo Ferreira. Os dois primeiros venceram ao serviço do FC Porto, como seria o percurso do terceiro?

    Magoa-me um bocadinho que tentem servir-se do meu passado como treinador para fazer uma colagem ao Benfica pela negativa. Custa-me, não gosto. (...) São situações que me criam alguma mágoa enquanto treinador do FC Porto, clube onde tenho um enorme prazer em estar.

    Mal chegou ao Dragão, Jesualdo Ferreira teve oportunidade de sentir que muitos sócios e adeptos do FC Porto não acreditavam que ele pudesse conquistar o Bi-Campeonato. Algo normal, diga-se, porque aos 60 anos ainda não tinha ganho nenhum título. Mas também porque um dos preferidos dos adeptos, Rui Barros, acabava de vencer uma supertaça como treinador principal. Sendo assim, para quê mudar?

    Traçar o perfil do treinador ideal para uma equipa pode ser um problema. Há treinadores de muitos feitios. Uns com narizes grandes, outros pequenos; uns com bigode, outros com barba e outros ainda imberbes. Há-os carecas e cabeludos, com sobrancelhas carregadas e descarregadas, com duplo queixo e sem queixo nenhum, mas todos têm queixas. Há treinadores geniais e com mau génio, de todos os tamanhos e feitios e é por isso que traçar o perfil do treinador ideal é um problema, especialmente para aqueles que, como eu, têm menos jeito para o desenho. E é isso que separa os comuns mortais dos verdadeiros génios: o jeito para o desenho. José Mourinho, por exemplo, usa uma pincelada larga mas segura. Foi assim que traçou o perfil ideal para o sucessor de Co Adriaanse no FC Porto: "um treinador que chegue e que ganhe". Os verdadeiros génios fazem tudo parecer tão fácil.
    Jorge Maia

    O primeiro contrato de Jesualdo Ferreira teve a duração de um ano mas, como os resultados e a recuperação de alguns jogadores aconteceram com bastante facilidade, depressa foi renovado por mais um.

    Foi a segunda prova de confiança. Os líderes reconhecem e sabem quais os momentos próprios para motivar mais as pessoas. Sabem qual é o momento de dar a bofetada e o momento de premiar.
    Jesualdo Ferreira

    Durante a presidência de Pinto da Costa tinham passado 15 treinadores pelo FC Porto:
    José Maria Pedroto, Artur Jorge, Ivic, Quinito, Carlos Alberto Silva, Bobby Robson, António Oliveira, Fernando Santos, Octávio Machado (esta besta não devia estar aqui...), José Mourinho, Luigi del Neri, Victor Fernandez, José Couceiro e Co Adriaanse.

    A grande maioria venceu ao serviço do clube e alguns conseguiram mesmo o feito de festejarem um título pela primeira vez. Foram eles: Mourinho, Artur Jorge, Oliveira, Fernando Santos e Co Adriaanse. Jesualdo Ferreira seria o sexto a ter essa alegria.

    Até porque o professor depressa fugiu aos seus adversários tendo acabado a primeira volta com 7 pontos de avanço sobre o Sporting e 8 sobre o Benfica.

    Mas nem tudo correu bem na primeira época. Também aconteceram alguns momentos complicados. O pior de todos seria a eliminação do FC Porto pelo Alverca em jogo a contar para a taça de Oeiras. Por ser um clube da II Divisão mas também por ter acontecido em pleno estádio do Dragão.

    Confesso que na altura fiquei contente mas a maioria dos portistas não sentiu o mesmo e alguns demoraram quatro anos a perdoar o «crime» que Jesualdo Ferreira tinha cometido.

    Até porque o fantasma de José Mourinho ainda continuava presente. E sempre que Jesualdo vencia ou perdia um jogo lá vinha o José Mourinho à baila. Éra a máquina jornalistica da segunda circular a trabalhar...e nem mesmo o facto de termos jogado de igual para igual com o Chelsea mudou alguma coisa.

    O primeiro título ganho por Jesualdo Ferreira teve alguns dados curiosos já que aconteceu exactamente o contrário do que se passou esta época. Porque, depois de fazer um começo de campeonato brilhante, a equipa fez a pior 2.ª volta da história dos campeonatos com 3 pontos por vitória, com pouco menos de 65% dos 45 pontos disputados. Conclusão: Foi sofrer até ao fim. Mas os nossos adversários também sofreram e até chegaram a festejar o golo do Aves, último adversário do FC Porto.


    De nada lhes serviu

    Outro dado curioso teve a ver com os trinta onzes que Jesualdo escolheu para os trinta jogos do campeonato. Numa equipa que se sagra campeã é algo de muito estranho mas compreensível se pensarmos que muitos jogadores foram perseguidos pelas lesões e que o plantel tinha sido construído por Co Adriaanse para jogar num outro sistema táctico.

    Mas também existiram muitas coisas boas. A evolução de alguns jogadores, por exemplo, como Jesualdo fez questão de dizer:

    Acho que, de uma maneira geral, houve jogadores que evoluíram muito esta temporada, desde que nos vimos pela primeira vez. E cito o caso do Bosingwa, que era um jogador indefinido na última temporada. Este ano definiu-se como lateral, com um potencial tremendo e ainda muito jovem. O Pepe também fez evolução espantosa. Deixou de ser jogador sozinho e passou a ser um jogador de colectivo. Passou a jogar numa estrutura que é o normal no futebol da Europa e do Mundo. Integrou-se muito bem, com estabilidade emocional muito grande e um domínio táctico muito bom. O Bruno Alves fez a evolução que eu esperava que fizesse. A ideia que eu tinha dele era a de um potencial enorme à espera de explodir e foi o que aconteceu, dando origem a um grande central, capaz de dominar a sua emotividade.


    Jogo do título


    Um dos «culpados» pelo primeiro campeonato ganho por Jesualdo Ferreira foi Lucho Gonzalez. Pelos 12 golos que marcou mas também pelo que jogou e fez jogar. Outro jogador fundamental foi Adriano, um avançado que foi decisivo na segunda volta mas esteve para ser dispensado em dezembro. Aliás, Adriano e Ibson foram sempre duas pedras nos sapatos de Jesualdo Ferreira. Mas essa é outra história. (Continua...)
  • 3 comentários:

    dragao vila pouca disse...

    Ó Alvaro, tudo muito bonito, mas o meu amigo Fernando Santos, engenheiro do Penta 1, não merece ser destacado?

    Um abraço

    Toupeira disse...

    Merece. ;)
    Vou tentar escrever algo sobre ele nos próximos dias.

    El Abuelo disse...

    Hola. Mi página "Fanáticos por el fútbol" se está renovando, prepárate para el gran cambio que está por venir, este 1 de junio verás el cambio de mi página porque cumple un año. Saludos.

    www.amantesalfutbol.blogspot.com

    Te espero el 1 de junio

    Cualquier pregunta sobres los grandes cambios déjenme un comentario en : www.lomejordelecuador.blogspot.com

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